sexta-feira, março 28, 2008

SENTIR QUE SE ESTÁ SÓ

E lá passam mais uns dias...
ultimamente parece que cada dia demora a eternidade e mais um pouco a passar mas quando dou por ela a semana está a acabar e eu não fiz nada do que queria ter feito... aquelas coisas todas que se coloca na lista do "a fazer...".
a preocupação e a ansiedade por tudo o que se passa neste momento na minha vida não me deixa ser tão eficiente quanto desejo... ou quanto seria desejável
por mais que tente não pensar não consigo... simplesmente não consigo...
e a aparente calma e resignação de quem está ao meu lado nem sempre ajuda... será de mim? estarei errada? será que não devia sentir o que sinto, pensar como penso, desejar o que desejo?

e todos os dias a peregrinação à caixa do correio na esperança de lá encontrar a tal carta que vai ditar até quando tenho de esperar para eventualmente explorar novos caminhos...

e há aquela revoltasinha por fazer sacrificio atrás de sacrificio e não ver resultados...

primeiro é não ir ao GYM porque pode prejudicar sabe-se lá bem o quê... agora é tens de ir e emagrescer (mas não te ponhas com maluqueiras nem recorras a "ajudinhas" que pode não ser bom) ... e muda de hábitos ... e "sabes as bolachas e os maltesers que usas como "lift" do humor? não comas mais"... e são os comprimidinhos para ajudar a resolver um problema que ninguém disse claramente que se tem...

e não desanimes... não dês parte de fraca... pensa em quem está ao teu lado e no quão culpado se sente... BOLAS ... mas é a minha vida que está de cangalhas... entendo que sofra... sofremos os dois... mas...
.... .... às vezes sabia bem algum apoio diferente da saladinha (sem HC', nem carne ou peixe, nem molhos) para o jantar... não é que não aprecie o carinho, e a meiguice com que o faz ...
mas cansa um pouco estar a remar a remar... e haver outras coisas, diferentes... normais entre pessoas que se amam que não acontecem...
... tenho medo... muito medo...

talvez este não seja o caminho.

terça-feira, março 11, 2008

CAINDO NA REALIDADE

Por vezes tudo se torna, ou parece, mais importante que parar e olhar para o espelho.
Os "meus meninos" de um lado e do outro, aqueles que não me pertencem mas que preenchem grande parte dos meus dias e dos meus pensamentos, os trabalhos (uns mais prazerosos de fazer que outros), as obrigações em casa, ... tudo... tudo parece bem mais importante, tudo parece ter prioridade. E passam os dias, a correr, a correr muito e o "espelho" fica largado num canto, à espera do momento ideal para parar... pensar... sentir... escrever.

Engraçado como o que uns meses antes permitiu pintar de mil cores um mundo que parecia algo monótono e muitas vezes cinzentão de repente se transforma no motivo de dias negros, tempestuosos, morrinhentos, sei lá...

Chove mais cá dentro que lá fora e não posso saber ao certo quando terminará a "estação das Monções".
E fazemo-nos fortes, ou pelo menos tentamos parece-lo, por nós pelos anjinhos muito queridos que nos rodeiam, pela imagem que todos defendem de que nada disto é dramático... e não é... ou... se calhar é...
Que mundo estranho este em que não nos damos o direito de mostrar abertamente o sofrimento pelos projectos adiados, alterados, ...
Não é que pense propriamente na injustiça de não poder ter o que desejo da mesma forma perfeita e natural da maioria das pessoas, nem sei bem se se trata de injustiça ou de simples azar ... mas por uma vez gostava de não ter de ir pelo caminho das montanhas para chegar onde muitos outros chegam pelos vales verdejantes.

e é a espera ... a eterna espera... mesmo quando queremos correr... voar... e por todo o lado aparecem sinais de STOP... para , espera, tem paciência... muita paciência

"porta-te bem"... "não resmungues"...
"não mostres que sofres"... não sofras... não adianta de nada... "afinal " o que não tem remédio remediado está" e tu tens montes de soluções" ... certo? fácil falar... mais dificil sentir, saber , digerir...

sim os primeiros dias depois das "boas noticias" pareceram bem menos dramáticos que o previsivel... mas agora? agora a sensação de estar a andar devagar devagarinho quase quase parado deixa demasiado espaço para pensar, ponderar, ruminar...

eu sei que vivo demasiado no imediato, que quero sempre tudo para ontem mas... 2/3 meses tv 6M daqui de onde estou parece uma eternidade para esperar para talvez pensar em agir... o vazio dificilmente me acalma... preciso de prazos, tempos, acção e não de previsibilidades... respostas concretas com algo a que me agarrar...
Talvez seja o "cosmos" a dizer-me que não é esta a minha missão... talvez deva satisfazer-me com "olhar pela montra da loja de brinquedos" sem almejar levar um comigo para casa.